Alemanha e Áustria anunciam que estão fora do Mundial

IFAFDepois da crise financeira por não garantir a sede da IFAF World Championship na Suécia, que seria disputado na capital Estocolmo, a entidade máxima do futebol americano confirmou, no dia 19 de dezembro de 2014, a realocação da competição para Canton/Ohio, nos Estados Unidos.

Sob pretexto de gastos massivos para logística de suas equipes nacionais, a Alemanha e Áustria anunciaram oficialmente que não disputarão o Mundial na América. De acordo com o head coach do elenco austríaco, Jakob Dieplinger, a razão é muito simples.

Dieplinger head coach da seleção austríaca. Foto AFBÖ/Divulgação
Dieplinger head coach da seleção austríaca. Foto AFBÖ/Divulgação

— Contamos com o financiamento oriundo do governo e parcerias privadas. Neste curto espaço de tempo, não conseguimos levantar fundos suficientes para nossa participação. Esta é uma grande decepção para o time como um todo como qualquer um pode imaginar, e nenhum país queria competir no evento mais do que a Áustria (AFBÖ), mas parece impossível — explicou Dieplinger.

Em nota lançada em dezembro de 2014, a Fédération Française de Football Américain informou que a USA Football prevê o pagamento de US$38 mil correspondente a taxa de inscrição na Copa do Mundo, alojamento, alimentação e transporte. A confirmação francesa foi anunciada na última sexta-feira (16).

No caso alemão, a American Football Verband Deutschland buscou apoio junto ao governo federal. Contudo, a República Federal da Alemanha financia equipes/jogadores que praticam esportes não olímpicos em competições que tenham ao menos vinte competidores. A AFVD não aceitou este ponto de vista que é defendido pela Confederação Esportes Olímpicos alemão. Outro argumento da AFVD foi a escolha de Canton para realização do Mundial. Os germânicos defendem que as edições anteriores da Copa do Mundo foram organizadas em grande centros metropolitanos, diferente de Canton, que tem uma população de 80 mil habitantes.

Em nota, a AFVD ataca a IFAF por não tomar as providências de organizar a World Championship.

“A International Federation of American Footbal teve três anos completos para organizar o World Champioship corretamente. Esta é uma obrigação eles não se encontraram. Agora eles querem colocar o peso sobre as costas dos participantes. Em algum momento, uma associação nacional deve, então, garantir a proteção da integridade dos seus próprios campeonatos e colocar as prioridades de suas próprias ligas nacionais mais elevadas do que uma visão impraticável de uma Copa do Mundo que pode, ou não pode ser realizada, em algum lugar”.

Segundo informações prévias da IFAF, a competição abrigaria 12 equipes participantes. Estados Unidos (atual campeão), Canadá, México, Japão, Coreia do Sul, Austrália, Marrocos, Alemanha, Áustria, França e Suécia (antiga sede) tinham vagas garantidas, e restaria somente o confronto eliminatório entre Panamá contra Brasil.

Entretanto, com o deslocamento da competição de Estocolmo para Canton, os suecos perderiam a vaga. A IFAF não deixou claro se haverá substituição dos escandinavos por outra equipe europeia, no caso a Finlândia – por terminar na quarta colocação nas eliminatórias do Velho Continente – ou deixar a vaga em aberto junto com as desistências de Alemanha e Áustria.

Das 11 equipes iniciais, somente sete confirmaram participação: Estados Unidos, Canadá, México, Japão, Coreia do Sul, Austrália e França, desde que haja novas condições para acolher as equipes.

Com sete times confirmados, e a partida eliminatória na América, entre Panamá e Brasil a ser jogada, a IFAF anunciará as datas do calendário do torneio em fevereiro. O último elenco a garantir a vaga ainda terá de avaliar se poderá ou não entrar no Mundial. Neste cenário, o certame voltaria ser disputado por oito – ou sete – times, em vez de 12, como previsto anteriormente.

— Com a situação desafiadora em que nos encontramos no último mês, estou orgulhoso de como as federações membros da IFAF tem respondido. Trabalhamos para que a IFAF 2015 World Championships nos Estados Unidos seja um sucesso em julho — contou o vice-presidente da IFAF, Roope Noronen.

Autor: Henrique Riffel

Pós-graduado em Jornalismo Digital pela Famecos/PUCRS. Editor-chefe do Futebol Americano Brasil.

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